PACÍFICA, AMÉRICA LATINA É ESQUECIDA POR CANDIDATOS DOS EUA
O fato não surpreende, uma vez que a crise financeira mundial ocupou o lugar de todos os outros temas da agenda política norte-americana. Até mesmo a guerra do Iraque e a luta contra os grupos terroristas ficaram em segundo plano.
De qualquer forma, a América Latina não preocupa Washington desde os atentados do dia 11 de setembro de 2001. Quando chegou ao poder, o atual presidente dos EUA, o republicano George W. Bush, dizia ter a intenção de reforçar as relações com os vizinhos do sul, principalmente com o México.
Bush recebeu o então presidente mexicano, Vicente Fox, e o visitou do outro lado da fronteira. Os dois presidentes chegaram inclusive a debater importantes acordos migratórios.
Porém os atentados mudaram a situação e as fronteiras passaram a ser exclusivamente um assunto de segurança.
Mesmo com a chegada de um novo presidente após oito anos de administração Bush, os especialistas não esperam grandes mudanças nas políticas norte-americanas para a região.
“A limitada atenção dedicada à América Latina durante a campanha presidencial é uma boa evidência de que a região não receberá muita prioridade do governo”, apontou o analista Peter Hakin, do Inter-American Dialogue, um dos mais destacados centros de estudos de Washington dedicados à região.
Segundo Hakim, nos EUA não se percebe a América Latina “como uma ameaça à segurança”. O especialista afirmou que “tirando o grande conflito colombiano, a América Latina é uma região de paz, majoritariamente livre de atividades terroristas e de combates armados entre os países”.
Por sua vez, o analista Larry Birns, diretor do Council on Hemispheric Affairs, também de Washington, estimou que “a natureza do plano de governo de Obama para a América Latina está por se descobrir, não há dúvidas de que sua política para a região será diferente da de Bush.”
O analista explicou também que uma eventual vitória democrata pode trazer “esperança de uma cooperação regional”, mas ainda está por ver se Obama cederá aos interesses específicos da região, que vão desde os empresários que lutam por acordos de livre comércio até lobbystas anticastristas.
A respeito de McCain, Birns afirmou que “nada mudará” em relação à América Latina se o candidato for eleito. Segundo o especialista, McCain continuará basicamente a política atual, que vê Cuba e Venezuela como o “eixo do mal”. (ANSA)